Louis Vuitton no setor de beleza: o que isso significa para o mercado de luxo?
A LV anunciou sua entrada oficial no mercado da beleza com o lançamento da linha La Beauté Louis Vuitton, prevista para o segundo semestre de 2025.
Sob a direção criativa de uma das maiores referências do setor de beleza, a britânica Pat McGrath, a coleção promete redefinir os padrões do luxo no segmento de cosméticos.
Para se ter ideia, O setor de beleza movimenta US$ 430 bilhões por ano e deve crescer 5% ao ano até 2027 (McKinsey). Marcas como Chanel, Dior e Hermès já provaram que a maquiagem pode ser um pilar tanto de receita quanto de brand awareness.
A escolha de Pat McGrath
A nomeação de Pat McGrath como diretora criativa de maquiagem não é um simples detalhe - é um statement.
McGrath, uma das maquiadoras mais influentes do mundo, é reconhecida por sua abordagem artística e inovação no setor. Ao escolhê-la para liderar sua divisão de beleza, a LV traduz, com pioneirismo, um novo conceito: "beauty creative director".
McGrath, que colabora com a maison há mais de duas décadas, desenvolveu a linha ao longo de quatro anos. “A beleza vai muito além dos produtos; estamos criando algo que representa um novo conceito de luxo”, afirmou em entrevista à Vogue.
A Louis Vuitton já possui um histórico no setor de beleza. Nos anos 1920, a marca desenvolveu acessórios como estojos de pó compacto e nécessaires para facilitar o transporte de cosméticos.
A entrada da Louis Vuitton no setor de beleza não é apenas uma nova aposta, mas uma estratégia bem calculada para expandir sua influência no mercado de luxo. A marca pertence ao grupo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), que já domina o setor de cosméticos por meio da Sephora, uma das maiores redes de varejo de beleza do mundo. Ou seja, a empresa já tem expertise no segmento e um canal de distribuição poderoso para seus futuros produtos.
A estratégia do grupo:
1. Expansão do luxo acessível – Embora bolsas e roupas da LV tenham preços elevados, a maquiagem e os cosméticos permitem que mais consumidores tenham um “pedacinho” da marca sem gastar milhares de dólares. Esse fenômeno, conhecido como “luxo aspiracional”, impulsiona novas receitas e cria um vínculo emocional com clientes que podem, no futuro, investir em itens mais caros.
2. Sucesso da perfumaria LV – Desde que relançou sua linha de perfumes em 2016, a Louis Vuitton obteve um grande sucesso nesse nicho. A expansão para maquiagem e skincare é um passo natural para consolidar sua presença no mercado de beleza, assim como fizeram marcas como Chanel, Dior e Hermès.
3. Crescimento do setor de beleza – O mercado global de maquiagem e skincare tem mostrado crescimento constante, mesmo em tempos de crise. Durante a pandemia, por exemplo, enquanto o setor da moda sofreu quedas, os cosméticos mantiveram uma demanda estável. Isso torna a beleza um investimento estratégico para a LV.
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