IA e a Perda da Conexão Emocional no Oscar 2025

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Faltam poucos dias para o Oscar 2025, cuja cerimônia ocorrerá em 2 de março. 

Esta edição tem sido marcada por diversas controvérsias, e uma das mais debatidas é o uso de inteligência artificial (IA) em filmes indicados. 

Se por um lado a tecnologia promete inovação e aprimoramento, por outro, levanta uma questão preocupante: estamos sacrificando a conexão humana e a magia do cinema em nome do high-tech?

IA e a Perda da Conexão Emocional no Cinema

Dois dos principais concorrentes ao prêmio de Melhor Filme, Emilia Pérez e O Brutalista, são exemplos de como a IA está sendo usada para modificar performances e reconstruir elementos que antes dependiam da autenticidade artística.

• Emilia Pérez: O filme utilizou clonagem de voz para aprimorar a atuação de Karla Sofía Gascón, mesclando sua voz com a da cantora francesa Camille. A intenção era expandir o alcance vocal da atriz, mas a decisão gerou críticas: será que ainda podemos considerar a atuação completamente dela? Essa fusão tecnológica, embora sofisticada, pode distanciar o público da identificação genuína com a interpretação humana, já que a emoção transmitida na tela é, em parte, artificial.

• O Brutalista: Para melhorar a pronúncia do dialeto húngaro dos atores Adrien Brody e Felicity Jones, a produção utilizou IA para ajustar seus diálogos sem que precisassem se dedicar totalmente ao aprendizado da língua. Isso levanta um dilema: o esforço e a imersão dos atores em seus papéis estão sendo substituídos por atalhos tecnológicos? No passado, grandes performances eram marcadas justamente pelo comprometimento total dos artistas com seus personagens, um processo que criava uma conexão emocional autêntica com o público.

A polêmica não gira apenas em torno da ética do uso da IA, mas também do desaparecimento da magia que faz do cinema uma arte tão poderosa. A atuação genuína, com todas as suas imperfeições e nuances humanas, é um dos elementos que tornam os filmes memoráveis. Quando se substitui a vulnerabilidade e a organicidade dos artistas por soluções digitais, corre-se o risco de transformar o cinema em um produto tecnicamente impecável, mas emocionalmente vazio.

Com o avanço acelerado da tecnologia, a pergunta que fica é: estamos assistindo a uma revolução ou à perda da essência do cinema? Em resposta às críticas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas considera tornar obrigatória a divulgação do uso de IA em filmes indicados ao Oscar, buscando maior transparência e evitando que a tecnologia se sobreponha ao talento humano sem que o público perceba.

Este Oscar não é apenas sobre quem levará as estatuetas, mas também sobre o futuro da sétima arte. Será que o high-tech está apagando a emoção real? E mais importante: o público aceitará assistir a performances cada vez mais aprimoradas tecnologicamente, mas cada vez menos humanas?

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