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Compliance pode ajudar a acabar com fraudes corporativas

No Brasil, as perdas decorrentes do crime correspondem a mais de 10% do caixa das empresas, segundo pesquisa.

De acordo com estudo realizado pela McKinsey, firma americana de consultoria empresarial, as fraudes corporativas são responsáveis por um prejuízo de, aproximadamente, US$ 130 bilhões nas empresas da América Latina. No Brasil, as perdas representam mais de 10% da geração de caixa operacional.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) avalia que atos fraudulentos podem causar desorganização, prejuízos inesperados, baixa entrega nos resultados e, em alguns casos, o fechamento do negócio. Os dirigentes da empresa devem ser os principais responsáveis por identificar e prevenir erros e atos ilegais no ambiente interno.

Nesse cenário, a implementação de um sistema de compliance surge como alternativa para coibir fraudes internas, detectando o problema e fortalecendo uma cultura organizacional que valoriza a transparência e a ética.

O programa de compliance tem a finalidade de prevenir e combater irregularidades. Para isso, identifica as vulnerabilidades da empresa, através da análise dos processos internos, e estabelece mecanismos de controle. Assim, a organização fica preparada para responder rapidamente às ameaças, evitando prejuízos financeiros e danos à reputação.

Entre as ações que podem ser promovidas por uma governança corporativa e compliance bem desenvolvidos estão as campanhas de conscientização acerca dos impactos que as irregularidades trazem para a organização e como os funcionários podem ajudar na prevenção e no combate ao problema.

Segundo a Serasa Experian, empresa de análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios, instituir um código de conduta e elaborar treinamentos, palestras e reuniões de alinhamento, para ter a certeza de que todos estão engajados com os objetivos da empresa, diminuem a incidência de irregularidades.

Fraudes também afetam clientes, acionistas e fornecedores

 

Além das perdas financeiras, as fraudes são responsáveis por criar um clima de insegurança no ambiente organizacional, que interfere na credibilidade da marca e, consequentemente, na sua lucratividade. 

Segundo o Sebrae, há muitos tipos de fraudes, e a falta de atenção pode tornar a empresa uma “presa fácil” para aqueles que estiverem mal-intencionados. Desvios financeiros e furtos são algumas das modalidades mais comuns. Levar para casa um item do escritório, como um documento ou ativo, pode passar despercebido, assim como a apropriação indébita de bens da empresa. 

A sabotagem também é uma prática que pode causar danos à reputação da empresa, sem, necessariamente, haver benefício próprio. Um exemplo disso é o funcionário que quebra, propositalmente, um equipamento ou entrega um produto em condições distintas das que foram ofertadas inicialmente ao cliente.

Da mesma forma, funcionários que descumprem cláusulas contratuais e tomam atitudes para dificultar o andamento dos serviços solicitados afetam os prestadores de serviços. Documentos importantes também podem ser alterados inapropriadamente e dados pessoais compartilhados de forma maliciosa. 

Assim, os prejuízos decorrentes das fraudes não se limitam à pessoa jurídica, visto que clientes, fornecedores, sócios e acionistas também podem ser afetados. Para aumentar a prevenção, é necessário priorizar o tema na agenda dos negócios. No entanto, apenas 49% dos CEOs entrevistados pela McKinsey consideram o assunto entre as suas três principais prioridades.

Canal de denúncias minimiza riscos

A implementação de canais de denúncias nas organizações é aconselhada como medida para garantir um sistema de compliance efetivo. Segundo estudo da Association of Certified Fraud Examiners, empresas que disponibilizam a ferramenta descobrem mais fraudes, e com maior velocidade, quando comparadas às que recebem denúncias avulsas.

Através da garantia de anonimato e confidencialidade, o colaborador pode relatar atividades suspeitas. O canal também permite que sejam identificadas irregularidades como corrupção, comportamento antiético e assédio, e favorece a investigação e a tomada de ações necessárias.

O levantamento “Perfil do Hotline 2023”, da KPMG, aponta a detecção de fraudes na fase inicial como um dos principais impactos da implementação de um canal de denúncias, o que minimiza riscos e perdas financeiras.

A Serasa Experian alerta que de nada adianta disponibilizar o canal, se os colaboradores tiverem medo de fazer denúncias. Por isso, os gestores devem abrir espaço para que qualquer atitude ilícita possa ser reportada, mesmo que sejam contra membros do corpo diretivo. 



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